Rendimento médio do brasileiro avança 11,5% em 2023 e atinge valor recorde: R$ 1.848

O rendimento médio dos brasileiros cresceu 11,5% e atingiu o recorde de R$ 1.848 por pessoa da família por mês. Este valor considera não só os ganhos do trabalho, mas também outras fontes de renda como programas sociais, aposentadorias, aluguel, etc.

O recorde anterior era 2019, último ano antes da pandemia de Covid-19, segundo dados divulgados nesta sexta-feira, dia 19, pelo IBGE.

Essa superação dos níveis pré-pandemia, no mercado de trabalho, ocorreu em meio a um forte ganho de renda sobretudo no topo da pirâmide. A alta de 10,4% no rendimento de todos os trabalhos dos mais ricos – e, portanto, que tendem a ter maior qualificação e escolaridade – em 2023 ante 2022 também foi, na prática, apenas um movimento de recuperação.

Com esse avanço, o rendimento médio do trabalho dos 10% mais ricos (R$ 12.163 por pessoa da família ao mês) ficou 0,6% abaixo do verificado em 2019, último ano antes da pandemia de Covid-19, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta sexta-feira, dia 19, pelo IBGE.

No primeiro ano da crise sanitária, os ganhos desses trabalhadores mais qualificados até subiram, mas por causa de um efeito estatístico – houve redução no número de ocupados no auge da pandemia, e quem continuou trabalhando, em geral, tinha salário mais elevado.

Só que, depois, os ganhos médios caíram em 2021 e 2022. Foi o que aconteceu com a advogada Andrea Vidal, de 52 anos, que mora na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, e trabalha em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. A renda dela foi atingida em cheio pela Covid-19, inclusive em 2020.

— No ano da pandemia (a renda) realmente caiu muito, foi péssimo. O Judiciário ficou fechado por muito tempo, então a gente não tinha sentença, não tinha decisões e não tinha ganhos. E, pós-pandemia, continuou praticamente a mesma coisa — contou Andrea, que mora com o marido.— Para dizer a verdade, a gente só começou a normalizar ano passado — disse.

Embora seu salário esteja normalizando, o mesmo não aconteceu com o seu marido, que teve um impacto maior sobre a renda. O cônjuge é representante comercial de empresas chinesas no Brasil. Andrea comentou que, antes da pandemia, ele atendia uma rede de 100 lojas e hoje diminuiu para 30. Em consequência, a remuneração dele já não é mais contada para o pagamento das despesas em casa.

Ganhos cresceram menos para os 10% mais pobres

Já entre os 10% mais pobres, a renda com salários, a renda do trabalho cresceu só 1,8%, para R$ 389 por pessoa por mês – o valor é abaixo do salário mínimo porque considera trabalhos informais e a renda domiciliar, ou seja, por cada membro daquele lar, incluindo quem não

Desde a pandemia, a comparação é mais favorável: houve uma alta de 12,4%.

Mercado de trabalho melhor

O aumento da renda total em 2023 foi puxado por um mercado de trabalho que se recuperou totalmente da crise causada pela Covid-19, tanto em termos de geração de empregos quanto de reajustes de salários — as duas variáveis importam; a família pode ganhar mais tanto por causa de aumentos nos pagamentos quanto devido ao fato de que um membro conseguiu emprego melhor.

Gustavo Fontes, analista do IBGE, chamou a atenção para o fato de que, ano passado, a proporção de empregados no total da população em idade de trabalhar superou o nível de 2019, último ano antes da pandemia:

— Isso mostra uma recuperação do mercado de trabalho em 2023. Esse processo já tinha iniciado de forma mais acentuada em 2022 e continuou.

O GLOBO

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